“Iris van Herpen: Sculpting the Senses” no MAD em Paris
Mylar, acrílico, silicone, fibra de folha de bananeira, couro ecológico, polímeros termoplásticos, poliuretano, organza de vidro e komon koubou não são, a rigor, tecidos típicos da alta costura. No entanto, todas essas matérias-primas são apresentadas na espetacular exposição Iris van Herpen: Sculpting the Senses, inaugurada em Paris na última quarta-feira, 29 de novembro.
Iris van Herpen é bastante original. Ela não é descendente de uma das famílias poderosas que dominam o setor da moda, mas suas criações de alta costura extremamente raras, efêmeras e tecnologicamente avançadas fazem dela uma das estilistas mais admiradas da moda contemporânea.
Iris é muito jovem, com apenas 39 anos de idade, poucos artistas podem ter o privilégio de ter sua própria retrospectiva no Musée des Arts Décoratifs (MAD), uma ala do Louvre com vista para a Rue de Rivoli em Paris. Não há dúvida: esse reconhecimento é bem-merecido, dada sua impressionante carreira. Nascida em 1984 em Wamel, uma pequena cidade no sul da Holanda, ela estudou arte em uma universidade em Arnhem antes de se juntar a Alexander McQueen e em seguida abriu sua própria maison de moda em Amsterdã em 2007.
Em 2011, aos 27 anos, ela foi convidada a ingressar na Chambre Syndicale em Paris. Foi o início de um grande caso de amor com a Cidade Luz, onde foram desfiladas suas primeiras coleções de beleza hipnotizante e inegável originalidade.
E por que uma exposição em Paris? “Paris é o coração da alta costura. É a história da alta costura e é também o seu futuro”, responde Iris van Herpen durante uma entrevista.
A moda de Iris van Herpen está em constante evolução, como uma obra de arte viva em que inovações tecnológicas, impressão 3D, química, dança, desempenho e materiais incomuns se unem para criar uma linguagem interdisciplinar verdadeiramente única.
Suas criações biomórficas parecem quase ter vida própria, como se tivessem se movido por vontade própria para vestir as modelos que as usam. Sua estética é a antítese da fast-fashion: alta costura ultrarrara vista quase que exclusivamente em palcos de shows e tapetes vermelhos, ou em filmes de arte.
“Estou trabalhando neste projeto há dois anos. É uma honra incrível, este lugar é tão icônico que tenho muito orgulho de estar aqui. Tanto a tecnologia quanto a natureza brilham em meu trabalho. A tecnologia faz parte da natureza, e a natureza e a tecnologia podem ter influências recíprocas, positivas ou negativas. Eu tento me concentrar no lado positivo”, afirma Iris.
Foi perguntado a Iris se ela é uma artista ou uma estilista. “Sou ambas, não consigo separar essas duas atividades. Acho que a moda pode ser uma forma de arte que transcende o espectador. É um elemento que muitas vezes é esquecido. Meu trabalho tem muito a ver com a metamorfose humana. Acho que a moda e a arte têm o poder de mudar a maneira como vemos o mundo”, afirma Iris.
A exposição “Iris van Herpen: Sculpting the Senses” pode ser vista no MAD ( Musée des Arts décoratifs Paris) de 29 de novembro a 28 de abril de 2024.
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