Em ocasião de sua colaboração com a icônica artista japonesa Yayoi Kusama @yayoikusama_ , Veuve Clicquot @veuveclicquot inaugurou uma pop-up dentro da multimarca conceitual Kith Paris. Localizada no coração do triângulo dourado parisiense, esta é a primeira boutique francesa da marca de Nova York e Miami Beach.

Uma prestigiosa cuvée criada em homenagem a Madame Clicquot, que foi a grande dama de Champagne em seu tempo. Nesse cenário espetacular, a criação original n100 de Yayoi Kusama simboliza as notas florais da La Grande Dame 2012 e evoca o poder e a delicadeza desta cuvée, assim como o espírito visionário e a determinação histórica de Madame Clicquot.

Essa pop-up é uma colaboração única entre os universos de Veuve Clicquot e Yayoi Kusama. Os visitantes descobrem uma viagem efêmera vestida com as assinaturas emblemáticas da artista, o ponto da polca e a flor, reinterpretando o novo estojo e a garrafa de La Grande Dame 2012.

Na entrada, você poderá ver a última criação da artista dentre as 100 peças produzidas. Simbolizada por uma flor, ela presta homenagem à natureza, revelando em seu abraço um magnum da prestigiosa safra (30.000 euros). No local, o restaurante Sadelle’s, uma instituição de brunch típico de Nova York com uma versão francesa, oferece um cardápio com uma mistura de especialidades da casa e produtos sazonais, em parceria com a marca.

A inauguração da pop up foi durante a Fashion Week e eu estive presente nessa soirée bastante concorrida !

250 anos da Grande Dama do Champagne

Este ano de 2022 é também bastante especial para a marca, Veuve Clicquot celebra seu 250º aniversário. A casa de champanhe está planejando uma programação para as festividades e já colocou ingressos à venda para uma viagem atemporal. Algumas pessoas terão a chance de embarcar num trem lendário: o « Venice Simplon-Orient-Express ».

O embarque para esta “viagem solar” está previsto para o dia 5 de Junho de 2022. O primeiro dia começará em Reims com uma visita especial a maison veuve Clicquot e uma degustação de suas mais prestigiadas safras na companhia do chefe das adegas, Didier Mariotti. A partida ocorrerá então na estação de trem Reims a bordo do « Veneza Simplon-Orient-Express » em uma atmosfera atemporal, seguida de um jantar regado a champagne.

Na manhã seguinte, os viajantes acordarão em meio aos Alpes, o trem passará por Innsbruck na Áustria antes de chegar a Veneza, onde um barco levará os hóspedes ao Hotel Belmond Cipriani, na ilha de Giudecca. Um jantar de encerramento ao pôr-do-sol marcará o fim desta experiência exclusiva e totalmente inesquecível.

A Historia da Grande Dama, uma mulher empoderada para seu tempo

A alguns metros do belíssimo Hotel Les Crayères em Reims, encontramos a linda história de uma jovem, determinada, inteligente, visionária e mulher de negócios, não estamos nos referindo a nenhuma empreendedora que prospera no século 21, e sim de uma « Grande Dama » do século XIX.

Barbe-Nicole foi e sempre será a « Grande Dama », nasceu em 1777 na cidade de Reims, capital da região de Champagne na França. Era filha de Nicolas Ponsardin, um grande empresário da indústria têxtil. Barbe-Nicole mais tarde se tornaria a primeira empreendedora feminina de todos os tempos.

Na época a economia  do período era muito baseada nos vestuários e em tecidos e foi assim que o pai de Barbe-Nicole se tornou um homem muito rico, nesse contexto de alta aristocracia e nobreza que sua filha cresceu tendo uma excelente educação fundada sobre os costumes e valores tradicionais da época.

Em 1798, em meio à efervescência política causada pela Revolução Francesa, Barbe-Nicole casou-se com François Clicquot que havia herdado uma empresa de seu pai. Esta empresa  chamava-se Maison Clicquot-Muiron, e se dividia entre serviços bancários, comércio de lã e fabricação de bebidas.

Em 1805, aconteceu um turbilhão na vida pessoal de Barbe-Nicole, François, seu marido veio a falecer. O motivo não ficou claro na época, alguns dizem que foi por febre infecciosa e outros falam que ele se suicidou. Independentemente do motivo, o fato é que, a partir disso, Barbe-Nicole virou  « veuve Clicquot », que em francês significa, viúva Clicquot.

Numa época em que as mulheres não desempenhavam qualquer papel no mundo empresarial, Madame Clicquot atreveu-se a assumir as rédeas da empresa, um papel ao qual se comprometeu com paixão e determinação. Um desafio enorme para uma mulher acostumada a uma vida dedicada a ser dona de casa e a servir ao marido.

Madame Clicquot partiu então, para uma jornada empreendedora de muitos desafios e descobertas. Primeiramente, optou por focar somente na produção de vinhos, em seguida, empenhou esforços para tornar o produto popular entre os soldados estrangeiros e na sociedade burguesa.

O ano de 1811 foi perfeito para a produção de uvas. Com condições climáticas favoráveis, a colheita foi excepcional e o Champanhe, primoroso. Atenta ao excesso de oferta, a viúva adotou a estratégia de utilizar parte da safra para produzir espumantes que só ficaram prontos nos anos seguintes. Com o fim das guerras napoleônicas, em 1815, os soldados da coalizão, principalmente os russos, redescobriram o vinho francês e o Champanhe. A quantidade de vinho exportado, que até então não ultrapassava os 400 mil litros por ano, saltou para 5 milhões. Mas Madame Clicquot foi além, ela enviou à Rússia um grande carregamento clandestino e 11 mil garrafas foram vendidas de uma só vez.

Pouco antes de se aposentar, a viúva legou à posteridade uma grande inovação: o processo de remuage, para sedimentação das impurezas. O nome designa a colocação das garrafas num ângulo inclinado, com rotações periódicas, para que todos os resíduos da primeira fermentação se depositem no gargalo e saiam com a retirada da rolha provisória. Antes, o método usado era o de transvasage, em que o espumante era trocado de garrafa, o que desperdiçava líquido e espuma. A técnica do remuage é usada até hoje.

Apesar de ser uma bebida apreciada há cerca de 350 anos, o Champanhe de hoje nada se assemelha ao bebericado por Luís XVI ou pelo imperador Napoleão Bonaparte. Antes da técnica de remuage, a bebida era turva e acobreada, levando o nome de « vin mousseu » (vinho espumante). O gosto também era diferente, devido à alta concentração de açúcar necessária para fazer as borbulhas. Para se ter uma idéia, a maior concentração aceitável hoje é de 20g de açúcar residual. Naquela época, a média era de 200g. Por isso, a bebida era considerada uma sobremesa.

Madame Clicquot faleceu aos 89 anos, sem ter se casado novamente. Barbe-Nicole Clicquot abriu portas e inspirou gerações.

Em 1972, foi criado o Prêmio Veuve Clicquot da Mulher de Negócios, em homenagem a essa destemida e imponente mulher. Desde sua criação, já foram premiadas mais de 300 mulheres em 27 diferentes países.

Um brinde a « Grande Dama » que deixou um legado mundialmente reconhecido e desejado!

Lições da viúva Madame Cliqcuot:

  1. O Design não pode ficar em segundo plano – A viúva enviava cartas de reclamação para os fornecedores de garrafas quando não as recebia nas condições e formatos desejados. Segundo ela, o elemento estético do champanhe era tão importante quanto o técnico.
  2. Inovação é a melhor forma de se diferenciar – Barbe-Nicole inventou uma técnica para clarear o vinho, conhecida como remuage. Por meio desta invenção, os champanhes passaram a ser produzidos num ritmo maior, poupando tempo e dinheiro.
  3. O Produto precisa ser um objeto de desejo – ao perceber que seu champanhe fazia sucesso entre soldados de outros países, passou a enviar caixas para a Rússia, e a Polônia. Tomar champanhe deixou de ser um hábito local excêntrico para tornar-se global.

Uma experiência excepcional é visitar as caves (adegas) históricas da Veuve Clicquot em Reims, capital da região da Champagne que fica a menos de uma hora de Paris. Patrimônio Histórico, as caves, armazenam toda a história desta marca fascinante e de prestigio.

As reservas devem ser feitas pelo site oficial da Veuve Clicquot : www.veuveclicquot.com

Autor

danimaia@magazinelifestyle.co

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